O cenário imobiliário brasileiro continua a evoluir, e a busca por residências está em constante transformação. Com base em dados e estatísticas recentes, podemos destacar as preferências dos compradores no Brasil em 2024 e projetar o que esperar para o restante do ano.
1. Predomínio de Imóveis Compactos:
De acordo com um estudo conduzido em parceria entre o software de vendas imobiliárias CV CRM e a startup Dataland, imóveis com uma área média entre 41 m² e 60 m² lideram tanto os lançamentos quanto as vendas, representando 38,6% e 41,7%, respectivamente. Essa tendência é atribuída às facilidades de acesso e estímulos governamentais, como financiamentos via FGTS, promovidos por programas como o Minha Casa, Minha Vida.
2. Reflexos Pós-Pandemia:
Imóveis com mais de 251 m² ocupam a segunda posição, com 15,5% dos lançamentos e 18,3% das vendas. Este fenômeno é interpretado como uma resposta ao comportamento pós-pandemia, onde a alta nos preços de aluguéis impulsionou as pessoas a buscar opções mais vantajosas em termos de custo-benefício.
3. Segmentação por Faixa de Preço:
Os imóveis categorizados como econômicos, especialmente aqueles avaliados em até R$ 264 mil, lideram as vendas, seguidos pelos imóveis padrão, com preços entre R$ 264 mil e R$ 500 mil. Esta segmentação indica uma sensibilidade ao orçamento por parte dos compradores.
4. Tendência Anual de Queda:
Apesar dos números expressivos, há uma tendência anual de queda. Comparando o segundo trimestre de 2022 com o mesmo período de 2023, houve uma redução de 22% no número de unidades lançadas, segundo o estudo da CV, e de 16%, conforme dados divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). As unidades vendidas também registraram uma queda de 11% pela CV e de 6% pela CBIC. Este declínio pode ser atribuído à redução da oferta, que atingiu seu nível mais baixo dos últimos dois anos.
5. Perspectivas Futuras:
Apesar da redução observada, as perspectivas para o restante de 2024 são otimistas. Fábio Garcez, CEO do CV CRM, prevê um aumento nas vendas no próximo trimestre, absorvendo o estoque de imóveis ainda disponíveis no mercado. No entanto, os lançamentos devem manter um ritmo mais lento, incapazes de acompanhar a demanda. A digitalização e a integração de aplicativos também são previstas para continuar sua trajetória de ascensão, potencializando os resultados diante da crescente demanda por imóveis.
Conclusão:
O mercado imobiliário brasileiro em 2024 é caracterizado por uma busca expressiva por imóveis compactos, influenciada por estímulos governamentais e uma reação ao cenário pós-pandemia. Embora haja uma tendência de queda nas taxas de lançamento e vendas, as expectativas para o próximo trimestre são de aquecimento, com a digitalização desempenhando um papel significativo na facilitação das transações. À medida que o ano avança, espera-se uma aprovação em maior volume de projetos, especialmente nos moldes do programa Minha Casa, Minha Vida. O mercado imobiliário brasileiro continua a ser dinâmico e promissor, oferecendo oportunidades tanto para compradores quanto para investidores.
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